Dilma Rousseff reeleita
Mudança mantém-se no Planalto
Confirmado o triunfo de Dilma Rousseff, o Secretariado do Comité Central do PCP enviou saudações ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e ao Partido dos Trabalhadores (PT), e Jerónimo de Sousa felicitou a reeleita presidente do Brasil.
De acordo com a nota divulgada pelo Gabinete de Imprensa do Partido, segunda-feira, 27, o Secretário-geral do PCP desejou a Dilma Rousseff «os melhores sucessos na sua intervenção em defesa dos interesses e aspirações das massas trabalhadoras e populares do Brasil, face aos exigentes e complexos desafios da realidade social e política brasileira».
Jerónimo de Sousa sublinhou ainda que a reeleição de Dilma Rousseff «assume uma grande importância para o Brasil, mas também para toda a América Latina e para o seu contributo na resposta às enormes exigências de soberania, progresso social e paz que a actual situação internacional, em profunda mudança e marcada por uma profunda crise do capitalismo, comporta», adianta-se no texto.
Nas missivas dirigidas ao PCdoB e ao PT, o Secretariado do Comité Central do PCP assinalou «os resultados da segunda volta das eleições presidenciais, assim como para as eleições dos diferentes órgãos federais e estaduais do Brasil, destacando a sua importância nacional, regional e internacional, e confirmando a vontade do PCP de estreitar os laços de amizade e cooperação bilaterais.»
PCP envia saudações
Na mais renhida votação de sempre para a presidência do Brasil, Dilma Rousseff superou o candidato da direita, Aécio Neves, e foi reeleita prometendo aprofundar e aperfeiçoar as mudanças no país.
A candidata da coligação de centro-esquerda liderada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) triunfou sobre o candidato do conservador Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), recolhendo 51,64 por cento dos votos (54,5 milhões) contra 48,36 por cento (51,04 milhões). A diferença de 3,28 pontos percentuais, correspondendo a um total de cerca de 3,5 milhões de votos, considerando o contexto de um país com a dimensão do Brasil e com quase 143 milhões de cidadãos habilitados a votar, confirmam que a segunda volta, realizada domingo, 26, foi disputada até ao fim.
Quando tomar posse para mais um mandato no Palácio do Planalto, a 1 de Janeiro de 2015, Dilma Rousseff enfrenta grandes desafios reiterados pela própria na recta final da campanha e na saudação triunfal aos seus apoiantes: investir mais na Saúde, na Educação e nos serviços públicos; reforçar o investimento nos programas sociais «Bolsa Família», «Luz para Todos», «Mais Médicos» e «Minha Casa, Minha Vida»; impulsionar o resgate da memória histórica da luta contra a ditadura através da Comissão de Verdade; prosseguir uma política de progresso e maior equidade na distribuição do rendimento, de afirmação soberana da sétima economia mundial e de cooperação com países e estruturas multilaterais (CELAC, UNASUR, MERCOSUR ou BRICS) que sacodem o domínio imperialista e a vassalagem às multinacionais.
Dilma Rousseff sublinhou, igualmente, e com particular ênfase, que nos próximos quatro anos promoverá o diálogo com forças políticas da oposição, tanto mais que estas conseguiram, no sufrágio geral de 5 de Outubro, reforçar posições no Congresso e no Senado.
Neste particular, estão em causa duas questões que, em certa medida, monopolizaram o debate. Uma é a reforma do sistema político e eleitoral, a que a presidente se referiu no discurso de vitória considerando que distorce o modelo representativo, e que deve ser sufragada numa consulta popular agendada para o efeito. Outra é o combate à corrupção, objectivo que segundo Dilma exige alterações legislativas, dado que «a impunidade é a maior protectora da corrupção» e atinge, em maior ou menos dimensão, todos os emblemas.
Desde o início da campanha eleitoral, a direita empobreceu o debate transferindo o foco principal para o lamaçal das acusações fundadas em boatos e suspeitas. Aécio Neves e o grande capital sem pátria que o apoiou desde a primeira hora, redobraram tal aposta na segunda volta. O caso do «Mensalão», que atingiu figuras gradas do PT, foi relembrado vezes sem conta e a corrupção foi atribuída como característica exclusiva do círculo governamental, quando, na verdade, os conservadores e o PSDB – mas também Aécio Neves, enquanto governador de Minas Gerais – têm muito mais esclarecimentos a prestar ao povo nesta matéria se e quando for feito o historial do fenómeno no país.
Veja areia para os olhos
PSDB perde
também nos estados
Paralelamente à segunda volta das presidenciais brasileiras decorreu a segunda volta para a eleição de governadores nos estados onde nenhuma das candidaturas havia garantido a maioria absoluta. Feito o balanço, o PT e os partidos da coligação que apoiaram a candidatura de Dilma Rousseff conquistaram 17 das 27 regiões.
O PT mantêm governadores em cinco estados, enquanto que o PSDB desceu de oito para cinco governadores e o Partido Socialista Brasileiro perdeu metade dos governos federais, ficando com três. O Partido do Movimento Democrático Brasileiro passou de cinco para sete governadores, o Partido Democrático Trabalhista triunfou em dois estados, tantos como o Partido Social-Democrático. O Partido Republicano da Ordem Social, o Partido Progressista e o Partido Comunista do Brasil conquistaram um governador cada.
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