Porque o Aécio Neves não pode sair pautando o tema da privatização?
Num discurso no plenário do Senado, Aécio até tentou. Investiu contra o leilão de Libra mentindo que o governo de Dilma Rousseff fez "a maior privatização da história brasileira".
Como o PT é um crítico contundente das privatizações e sabemos que a concessão de Libra é aluguel e privatização do PSDB é venda, esta mensagem subliminar da falacia tucana é inescapável: se ele chamou a atenção para a concessão de Libra, dizendo que era privatização do PT, é porque algo de errado deve haver em privatizar. Dessa forma, ao investir contra o PT, Aécio nada mais faz que afirmar que a privatização é algo de que um político deve se envergonhar.
De forma quase inconsciente, o tucano confessou que a privatização da era FHC foi um triste capítulo da história econômica do País.
Durante o período que antecedeu ao leilão do Campo de Libra, Aécio manifestou-se pelo retorno do modelo de exploração do governo de FHC. Todos estão bem lembrados (o PSDB e Aécinho acham que o povo não tem memória; zombam da inteligência dos brasileiros e pagarão por isso, como Serra pagou, e com juros) que em 1997 o PSDB de Aécio acabou com o monopólio brasileiro na exploração de campos de petróleo, venderam grande parte da Petrobras (queriam vender tudo e mudar o nome para Petrobrax, mas não conseguiram), e adotaram o regime de concessão para a exploração, obrigando a empresa a competir com grupos estrangeiros para ter acesso a novas reservas.
Ainda bem que LULA e DILMA mudaram a estratégia para o modelo de partilha; não fosse isso, FHC e Aécio teriam feito o país perder – limpinhos – 680 bilhões de dólares (1,36 trilhões de reais) nos próximos 35 anos de exploração – só do Campo de Libra
Esse – Aécio – é o cara escalado pelo capital estrangeiro para liquidar o resto patrimônio brasileiro que FHC não conseguiu. E a histérica da Globo ainda tentou, no último suspiro, intimidar o entrevistado, especialista em petróleo Jean-Paul Prates, com a tirada “esperamos que a Petrobras volte a ter a força que tinha”, ao que o administrador sério rebateu “mas com certeza continua tendo”. Na realidade, a Petrobras readquiriu a força com os governos Lula/Dilma, quase naufragada com FHC, Aécio e os maus brasileiros.Para ver a força atual da Petrobras, copiamos de Carta Capital uma entrevista com sua presidente, Maria das Graças Foster.
A Petrobras vai bem, a julgar pelas informações da presidenta Maria das Graças Foster. Destaca-se o acréscimo de 139 mil barris por dia à sua produção de petróleo nos últimos oito anos, um crescimento de 7%. As maiores empresas de capital aberto do mundo registraram queda de 365 mil barris por dia em sua produção, uma redução de 16% no mesmo período, como explica a executiva nesta entrevista.
CartaCapital: Quais são as iniciativas da Petrobras para cumprir as metas de produção divulgadas?
Maria das Graças Foster: A meta de 2014 é aumentar em 7,5% a produção de óleo no Brasil em relação a 2013. Para atingi-la, damos alta prioridade tanto à produção dos campos em operação quanto à que virá dos novos sistemas. Com o Programa de Aumento da Eficiência Operacional (Proef) conseguimos elevar o nível de eficiência nas plataformas da Bacia de Campos de 71,7% em 2012 para 75,4% em 2013. Na Unidade de Operações-Rio, que administra as plataformas com maior capacidade da Bacia de Campos, a eficiência alcançou 92,4% em 2013. Isso resultou em um acréscimo de 63 mil barris por dia na produção do ano passado. Nosso objetivo é atingir, no fim de 2014, 81% de eficiência operacional na Bacia de Campos, e 90% em 2017, recuperando os níveis históricos. E no último dia 5 lançamos o Proef na Unidade de Operações de Exploração e Produção do Espírito Santo.
Em 2013 concluímos nove novas plataformas e iniciamos a produção de cinco unidades (Cidade de São Paulo, Cidade de Itajaí, Cidade de Paraty, P-63 e P-55). Em 2014 já entraram em operação a plataforma P-58, no Parque das Baleias. Neste segundo trimestre colocaremos em atividade a P-62, no campo de Roncador e instalaremos a P-61, associada à TAD (sonda de perfuração), no campo de Papa-Terra, ambos na Bacia de Campos. Já no segundo semestre entrarão em operação os FPSOs (navios-plataformas que produzem, armazenam e transportam petróleo e gás) Cidade de Mangaratiba e Cidade de Ilhabela, no pré-sal da Bacia de Santos.
Com a entrada em produção dessas unidades, acrescentamos um milhão e trezentos mil barris de óleo por dia à nossa capacidade instalada. Em 2018 projetamos 3,2 milhões de barris de óleo por dia (bpd) da Petrobras no Brasil, e em 2020 serão 4,2 milhões de bpd. Os campos operados pela Petrobras na Província Pré-sal têm batido recordes de produção frequentes. Em abril de 2014 atingimos 444 mil barris de petróleo por dia (bpd). E ultrapassaremos a marca de 500 mil bpd ao longo deste ano.
Até 2018 desenvolveremos, também, novas oportunidades nas áreas do pós-sal. Entre elas, Tartaruga Mestiça e Tartaruga Verde, em 2017, na porção fluminense da Bacia de Campos. Em 2018 instalaremos a primeira unidade de produção em águas profundas do litoral de Sergipe, e uma segunda em 2020, consolidando um novo polo de produção offshore no Brasil.
CC: Quais são as principais vantagens comparativas da Petrobras em relação às suas congêneres no mundo?
MGF: A Petrobras tem um mercado consumidor de derivados em crescimento. De 2012 para 2013 suas vendas aumentaram 3%, enquanto outras grandes empresas de petróleo apresentaram queda. Além disso, seu principal mercado consumidor fica muito próximo às suas reservas de petróleo e gás, pois as bacias de Campos e Santos estão a até 300 km da costa brasileira. Em geral, outras companhias do setor possuem operações espalhadas pelo mundo. Nossas reservas provadas no Brasil atingiram 16 bilhões de barris de óleo equivalente em 2013. Há 22 anos seguidos aumentamos as reservas, ou seja, encontramos mais petróleo do que produzimos. Isto se deve aos excelentes resultados exploratórios da Petrobras. No ano passado, por exemplo, nosso índice de sucesso exploratório foi de 75%, muito acima da média mundial que é de 30%. Se considerarmos apenas as áreas do pré-sal, nosso índice de sucesso atingiu 100%. Vale destacar que 84% das nossas reservas provadas são de petróleo, mais valorizadas que as de gás natural. Nas grandes empresas de petróleo do mundo esta proporção é bem menor, na faixa de 50% a 60%. A disponibilidade de reservas e os investimentos permitiram que a Petrobras adicionasse 139 mil barris por dia à sua produção de produção de petróleo nos últimos 8 anos, um crescimento de 7%. Este é um crescimento orgânico, que não está calcado na aquisição de outras companhias. As maiores empresas de capital aberto do mundo, no entanto, apresentaram queda de 365 mil barris por dia em sua produção, ou -16% neste mesmo período.
CC: Quais são os principais indicadores do peso da empresa na economia brasileira?
MGF: A parcela dos investimentos da Petrobras no valor total do investimento brasileiro em 2013 foi de aproximadamente 7,5%, com destaque para o setor naval, com aumento dos empregos diretos de 7,5 mil em 2003 para mais de 78 mil em 2013. A empresa capacitou, de 2006 até 2013, 97 mil profissionais. Outras 17 mil pessoas o serão até 2016. Desde 2004 a Petrobras e o Sebrae investiram 41 milhões de dólares em benefício de mais 13 mil micro e pequenas empresas. O Centro de Pesquisas & Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes) possui contratos e convênios com cerca de 88 instituições de Ciência e Tecnologia brasileiras, através de 49 redes temáticas. Entre 2003 e 2013 a Petrobras investiu 17,4 bilhões de reais em Pesquisa e Tecnologia (P&D). Em tributos e participações governamentais, a Petrobras pagou 122,9 bilhões de reais em 2013 além de 6 bilhões de reais relativos ao bônus de assinatura do Campo de Libra. A produção do conjunto das atividades diretas da Petrobras (extração de petróleo e gás, refino de petróleo etc) representa cerca de 4,5% do PIB brasileiro.
CC: Quais são os aspectos mais importantes da governança da empresa?
MGF: Nossas práticas de governança corporativa e nossos instrumentos de gestão são constantemente aperfeiçoados. Somos uma companhia de capital aberto e seguimos as regras da CVM e da BM&FBovespa no Brasil, além de cumprimos as normas da Securities and Exchange Commission (SEC) e da NYSE, nos Estados Unidos, da Latibex e da Bolsa y Mercados Españoles, na Espanha, e da Comisión Nacional de Valores (CNV) e da Bolsa de Comércio de Buenos Aires, na Argentina. Em nossa missão afirmamos que atuamos de forma ética, segura e rentável, com responsabilidade social e ambiental. Temos um Código de Boas Práticas, um Código de Ética, um Programa de Prevenção da Corrupção e áreas dedicadas a verificar e revisar nossos procedimentos como a Auditoria Interna e a recém criada Gerência de Controladoria. A Diretoria da Petrobras vem dando prioridade absoluta à condução de ações e programas que, ao estabelecer novas referências de produtividade e gestão dos projetos de investimento, impõem maior disciplina na utilização dos recursos financeiros da Companhia. O Plano de Negócios e Gestão incorpora cinco programas estruturantes com este objetivo. A Petrobras é referência em gestão e governança, reconhecida pela agência de risco Standard & Poor’s (S&P). Em maio de 2013, a S&P emitiu o relatório “Management And Governance CreditFactors”, de avaliação da gestão e da governança de 310 empresas da América Latina. Apenas a Petrobras e outras 6 empresas receberam a classificação “Strong” (Forte), a melhor possível. Em escala mundial a S&P faz esta avaliação para 3.868 empresas, sendo apenas 8% classificadas como “Strong”.
Fonte: Imagem Política
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