O ambientalista e coordenador do Instituto Socioambiental, Nilto Tatto, é candidato a deputado federal pelo partido dos trabalhadores (PT). O candidato tem propostas voltadas ao desenvolvimento de ações de sustentabilidade em âmbito nacional, tanto nas grandes metrópoles quanto em comunidades isoladas. A adoção de ações de sustentabilidade garantem a médio e longo prazo um planeta em boas condições para o desenvolvimento das diversas formas de vida, inclusive a humana.
Garante os recursos naturais necessários para as próximas gerações, possibilitando a manutenção dos recursos naturais (florestas, matas, rios, lagos, oceanos) e garantindo uma boa qualidade de vida para as futuras gerações.
Garante os recursos naturais necessários para as próximas gerações, possibilitando a manutenção dos recursos naturais (florestas, matas, rios, lagos, oceanos) e garantindo uma boa qualidade de vida para as futuras gerações.
Nilto Tatto começou sua vida pública nas Comunidades Eclesiais de Base, cujo o objetivo pastoral é que todos na Igreja tenham condições de ser e crescer como gente e desse modo possam assumir seu lugar de cristãos, conforme sua vocação pessoal, na caminhada da libertação do nosso povo. As CEB’s têm a missão de ajudar cada pessoa a ser mais gente, assumindo cada vez mais a causa do oprimido e com isso, ajudando todos a participarem de forma consciente e ser fermento de transformação da sociedade e da igreja.
Nilto Tatto passou a atuar em entidades como (ISA) Instituto Socioambiental e o antigo Cedi (Centro Ecumênico de Documentação de Informação) – do qual também participavam o ministro Aloizio Mercadante e Anivaldo Padilha, pai de Alexandre Padilha.
CEDI – Centro Ecumênico de Documentação e Informação - O indigenismo começou a ter forma orgânica no Brasil a partir de 1965, com a fundação do Centro de Informação Ecumênica (CEI), reorganizado em 1974 por Anivaldo Padilha como Centro Ecumênico de Documentação e Informação (CEDI). Em 1994, o CEDI desmembrou-se e o seu braço “indigenista” foi passado para o Instituto Socioambiental (ISA). A Teologia da Libertação, O CRISTIANISMO A FAVOR DOS EXCLUÍDOS é a reinterpretação analítica e antropológica da fé cristã, em vista dos graves problemas sociais vividos pelos humildes, pobres e carentes.
Nilto Tatto passou a atuar em entidades como (ISA) Instituto Socioambiental e o antigo Cedi (Centro Ecumênico de Documentação de Informação) – do qual também participavam o ministro Aloizio Mercadante e Anivaldo Padilha, pai de Alexandre Padilha.
CEDI – Centro Ecumênico de Documentação e Informação - O indigenismo começou a ter forma orgânica no Brasil a partir de 1965, com a fundação do Centro de Informação Ecumênica (CEI), reorganizado em 1974 por Anivaldo Padilha como Centro Ecumênico de Documentação e Informação (CEDI). Em 1994, o CEDI desmembrou-se e o seu braço “indigenista” foi passado para o Instituto Socioambiental (ISA). A Teologia da Libertação, O CRISTIANISMO A FAVOR DOS EXCLUÍDOS é a reinterpretação analítica e antropológica da fé cristã, em vista dos graves problemas sociais vividos pelos humildes, pobres e carentes.
Nilto assessorou o Conselho Nacional dos Seringueiros na época de Chico Mendes e a União Nacional dos Indígenas, além de ter trabalhado com causas ambientais e comunidades tradicionais no Brasil e Angola.
Nilto Tatto, 50 anos, é formado em Administração de Empresas, casado e natural da cidade deFrederico Westphalen, Rio Grande do Sul.
Sempre atuante, Nilto Tatto lutou pelas comunidades do Vale do Ribeira
O Ribeira de Iguape, último grande rio do Estado de São Paulo que ainda corre livremente da nascente até a foz, tem essa liberdade ameaçada desde o final dos anos 1980, quando a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), do Grupo Votorantim, requereu e obteve pela primeira vez uma autorização para exploração dos recursos hídricos de um trecho dele, visando a produção de energia elétrica exclusivamente para a empresa. Embora o debate se dê em torno da barragem de Tijuco Alto, entre as cidades de Adrianópolis (PR) e Ribeira (SP), o projeto prevê outras três no Médio e Alto Ribeira: Funil, Itaoca e Batatal.
Juntas, as quatro barragens inundariam uma área de 11 mil hectares, atingindo cidades, terras de quilombolas e de pequenos agricultores, unidades de conservação e cavernas, além de alterar significativamente o regime hídrico do rio, com prejuízos sociais, econômicos e à biodiversidade difíceis de mensurar.
Representantes quilombolas estiveram na Unicamp buscando adesões para fortalecer o Comitê da Campanha contra as Barragens do Rio Ribeira de Iguape. Para tanto, mediaram um seminário e grupos de trabalho junto à comunidade universitária, com o objetivo de qualificar o debate acerca do tema e ampliar uma articulação institucional que já existia entre a Universidade e as Associações dos Quilombos.
“A proposta desse encontro era trazer para dentro da universidade os problemas vividos pelas comunidades quilombolas, como titulação de terras, educação e as barragens.
Ignorado por instituições como a USP quando anunciou a existência de quilombos, o professor Guilherme Barbosa acabou convidado a divulgar seu trabalho internacionalmente pela Universidade de Viena e hoje atua na Subcomissão de Direitos Humanos da ONU em Genebra. Influenciou diretamente o deputado Ulysses Guimarães, presidente da Assembléia Constituinte em 1987, para a inclusão do artigo 68 na Constituição, assegurando aos remanescentes das comunidades dos quilombos a propriedade das terras que ocupam.
Por encomenda da Igreja Católica, Barbosa também produziu o primeiro dossiê sobre demarcação de terras de negros no Brasil, entre 1989 e 1991, justamente no Vale do Ribeira. Ele informa que a questão dos quilombos foi introduzida na ONU em 1993, repercutindo desde então em mais de 150 países. “Se a construção das barragens vem sendo sustada há 20 anos, isso não seria possível sem pressão das Nações Unidas. É preciso haver uma conjugação de forças nacionais e internacionais. Por isso convoco todos vocês a visitarem o Vale do Ribeira para conhecer os projetos do ISA [Instituto Socioambiental], nos quais acreditei e que abracei”.
A beleza – Nilto Ignácio Tatto, que coordena pelo ISA projetos de geração de renda, educação e cultura no Vale do Ribeira, lembra que a região guarda a maior área contínua da Mata Atlântica – 21% do que restou dela – e por isso foi declarada como patrimônio natural da humanidade pela Unesco em 1999. “São 2 milhões hectares de floresta, 150 mil de restinga, 17 mil de manguezai e mais de 270 cavernas cadastradas. Ali vivem 68 espécies ameaçadas de extinção, como o monocarvoeiro, a onça-pintada, o veado campeiro e o papagaio-de-cara-roxa, e 40 espécies endêmicas (só encontradas na região), como o beija-flor rajado e o mico-leão-da-cara-preta. A região tem um complexo de 24 unidades de conservação somando mais de 1,4 milhão de hectares”, informa.
Na opinião de Nilto Tatto, toda essa riqueza ambiental subsiste graças às comunidades tradicionais do Vale do Ribeira, onde estão 12 aldeias guaranis, mais de 80 comunidades caiçaras, centenas de comunidades de agricultura familiar e mais de 60 comunidades remanescentes de quilombos. O Alto Ribeira tem forte presença de pequenos agricultores, o Médio Ribeira concentra a maior parte das comunidades quilombolas e o Baixo Ribeira abriga as comunidades de pescadores e as aldeias indígenas, com importante cultivo de banana e chá.
Nilto Tatto adverte, porém, para o contraponto à riqueza de diversidade na região, que possui um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) entre os menores do Brasil. “Quem defende a barragem de Tijuco Alto trabalha com o discurso de que a hidrelétrica vai trazer desenvolvimento e gerar empregos. Mas sabemos que este modelo tradicional de construção de barragens só concentrou riqueza, gerou pobreza e expulsou a população de pequenos agricultores e das comunidades tradicionais para os centros urbanos”, denuncia. O coordenador do ISA defende o investimento maior em atividades sustentáveis do ponto de vista social e ambiental, como o turismo, o manejo agroflorestal e a maricultura.
Os impactos – O fato de que a barragem de Tijuco Alto seria construída na divisa de São Paulo com o Paraná suscitou o impasse que se arrasta há quase 20 anos. A CBA, que iniciou o processo de licenciamento ambiental concomitantemente aos dois Estados em 1989, viu anuladas as duas licenças em 1994, mediante ação civil pública argüindo que o Ribeira de Iguape era um rio federal e atribuindo ao Ibama a competência exclusiva para a autorização. A empresa retomou em 1997 as negociações para o processo de licenciamento junto ao Ibama, mas teve o estudo de impacto ambiental (EIA/Rima) indeferido em 2003. Contratada outra empresa para elaborar novo estudo, ele foi entregue em outubro do ano passado, reavivando a ameaça.
De acordo com Nilto Tatto, entre os impactos apontados pelo estudo estão a inundação de duas grutas e o assoreamento às margens do lago que será criado. Ocorre que nos 11 mil hectares a serem cobertos pela água estão 46% de terras aptas para agricultura e 35% para pastagem. Tatto observa, também, que o estudo se restringe a Tijuco Alto, sem considerar qual será o impacto nas comunidades que dependem da pesca e do extrativismo marinho no estuário onde se localizam Iguape e Cananéia. “Outro aspecto é a mudança do próprio pH da água na região alagada, que tinha várias minas de extração de chumbo. Há muitos resíduos, que com o tempo podem descer o rio”, afirma.
O impacto socioeconômico também será grande, na avaliação de Nilto Tatto. O passível social previsto no EIA/Rima é de 689 famílias afetadas, mas o coordenador argumenta que muitas já venderam suas propriedades nesses anos todos em que se cogitou sobre a barragem. “Outro aspecto não considerado é dos investimentos em políticas públicas. Por que um prefeito vai construir uma escola, um posto de saúde ou asfaltar uma rua se aquela comunidade vai ser alagada?”.
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