O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) acolheu o pedido do candidato ao Governo do Estado, Alexandre Padilha (PT) para que a Rede Globo, quando divulgar as agendas dos candidatos em sua cobertura jornalística, inclua a agenda do petista.
De o a decisão do Tribunal (por três votos a dois), o critério adotado pela emissora de divulgar as agendas apenas dos candidatos que detivessem seis pontos percentuais nas pesquisas de intenção de voto, promove um tratamento desigual, contrariando a legislação.
Fonte: Por Altamiro Borges
A TV Globo nem disfarça mais a sua torcida pela reeleição de Geraldo Alckmin ao governo de São Paulo. Além de camuflar o caos que impera no Estado gerido pelo PSDB há quase duas décadas – falta de água em bairros da capital e da região metropolitana, aumento da violência urbana, superlotação e panes constantes no Metrô e CPTM, entre outras chagas –, a emissora decidiu sabotar explicitamente a campanha do petista Alexandre Padilha. Os seus telejornais foram orientados pelos chefões do império global a não divulgarem as atividades do candidato. A desculpa, bem tacanha, é de que o petista não superou o patamar estabelecido de 6% nas pesquisas de intenção de voto.
O comando de campanha de Alexandre Padilha enviou uma carta, bem cordial, à direção da TV Globo pedindo que ela reformule os critérios de cobertura diária da disputa estadual. Assinado pelo presidente do PT-SP, deputado Emídio de Souza, o documento afirma que “tais critérios podem incorrer em injustiça com o candidato em questão, bem como prejudicar o processo democrático da eleição e o direito assegurado aos cidadãos pela Constituição de garantia de informações de forma transparente e igualitária”. O dirigente petista ainda argumenta que o critério adotado não considera a margem de erro, que aponta que Padilha pode ter até 8% nas pesquisas.
Diante da carta, tão civilizada, a Rede Globo respondeu que “os critérios de cobertura das eleições nacional e de São Paulo são absolutamente os mesmos das eleições de 2010” e simplesmente rejeitou o pedido de reformulação. De forma mais incisiva e direta, o ex-presidente Lula reagiu aos critérios adotados pela emissora: “Isto é sacanagem”. Em recente entrevista ao programa Contraponto, uma parceira do Sindicato dos Bancários de São Paulo e do Centro de Estudos Barão de Itararé, o petista Alexandre Padilha evitou fazer críticas às manipulações da mídia tucana. Disse, inclusive, que já teria agendado reuniões com os barões da mídia e que manteria um diálogo “fraternal” com estes senhores.
A TV Globo demonstra, mais uma vez, que está aberta ao “diálogo”. Depois não adianta reclamar das “sacanagens” da mídia! Reproduzo abaixo a “civilizada” carta enviada pela direção estadual do PT aos executivos da famiglia Marinho:
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Caros senhores, boa tarde.
Foi com surpresa e perplexidade que recebi informações sobre as regras para a cobertura jornalística das eleições 2014 da Rede Globo no Estado de São Paulo, que irá retirar do noticiário diário a cobertura das atividades e da campanha de Alexandre Padilha (PT-SP).
Ciente de que a emissora obedece critérios de isonomia e oferece oportunidade para a participação de todos os candidatos, em sintonia com o processo democrático e que deve ser sempre celebrado, me posiciono fortemente contra as regras enviadas, pois avalio que as mesmas vão de encontro à premissa apresentada.
Primeiramente por saber do poder de comunicação da emissora e do impacto que a retirada das atividades e das propostas do Alexandre Padilha do noticiário diário podem provocar junto aos eleitores, que como revelam pesquisas de intenção de votos, querem mudanças e necessitam de informações para fazer suas escolhas.
Em seguida, por propor a reflexão de que se não houve por parte do STF a criação da cláusula de barreira, não cabe a um veículo de comunicação definir critérios tão intangíveis para impedir que a televisão leve aos eleitores paulistas informações relevantes para o Estado e para as eleições, como as propostas dos postulantes.
Solicito ainda que a direção avalie que, em se levando em consideração os critérios dos institutos de pesquisa, que esclarecem a cada pesquisa que existe uma margem de erro em suas medições de 2 a 3 pontos para mais ou para menos, o candidato Alexandre Padilha pode ter registro de intenções e voto da ordem de até 8%.
Diante disso, solicito a essa emissora que reavalie sua posição, visto que tais critérios podem incorrer em injustiça com o candidato em questão, bem como prejudicar o processo democrático da eleição e o direito assegurado aos cidadãos pela Constituição de garantia de informações de forma transparente e igualitária.
Ciente de sua compreensão, reitero meus votos de estima e aguardo manifestação sobre o tema.
- Emídio de Souza, presidente estadual PT-SP
Caros senhores, boa tarde.
Foi com surpresa e perplexidade que recebi informações sobre as regras para a cobertura jornalística das eleições 2014 da Rede Globo no Estado de São Paulo, que irá retirar do noticiário diário a cobertura das atividades e da campanha de Alexandre Padilha (PT-SP).
Ciente de que a emissora obedece critérios de isonomia e oferece oportunidade para a participação de todos os candidatos, em sintonia com o processo democrático e que deve ser sempre celebrado, me posiciono fortemente contra as regras enviadas, pois avalio que as mesmas vão de encontro à premissa apresentada.
Primeiramente por saber do poder de comunicação da emissora e do impacto que a retirada das atividades e das propostas do Alexandre Padilha do noticiário diário podem provocar junto aos eleitores, que como revelam pesquisas de intenção de votos, querem mudanças e necessitam de informações para fazer suas escolhas.
Em seguida, por propor a reflexão de que se não houve por parte do STF a criação da cláusula de barreira, não cabe a um veículo de comunicação definir critérios tão intangíveis para impedir que a televisão leve aos eleitores paulistas informações relevantes para o Estado e para as eleições, como as propostas dos postulantes.
Solicito ainda que a direção avalie que, em se levando em consideração os critérios dos institutos de pesquisa, que esclarecem a cada pesquisa que existe uma margem de erro em suas medições de 2 a 3 pontos para mais ou para menos, o candidato Alexandre Padilha pode ter registro de intenções e voto da ordem de até 8%.
Diante disso, solicito a essa emissora que reavalie sua posição, visto que tais critérios podem incorrer em injustiça com o candidato em questão, bem como prejudicar o processo democrático da eleição e o direito assegurado aos cidadãos pela Constituição de garantia de informações de forma transparente e igualitária.
Ciente de sua compreensão, reitero meus votos de estima e aguardo manifestação sobre o tema.
- Emídio de Souza, presidente estadual PT-SP
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