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PRIMEIRO MINISTRO UCRANIANO RENUNCIA APÓS REJEIÇÃO DE SUA PROPOSTA DE VENDA DE METADE DOS GASODUTOS DO PAÍS PARA FINANCIAR EXÉRCITO

Em meio a tensão com queda de aeronave, o primeiro-ministro ucraniano Arseniy Yatsenyuk, que assumiu a liderança do país em fevereiro/2014 após golpe de estado que depôs o presidente Viktor Yanukovich, anunciou sua renúncia. 

Arseni Yatseniuk rompeu com governo após propor leis polêmicas, que incluíam aumento de financiamento ao Exército e venda da metade de todos os gasodutos ucranianos a investidores estrangeiros.

Yatsenyuk disse que a decisão foi motivada pelo colapso da coalizão de governo da Ucrânia. "Estou anunciando minha demissão em conexão com o colapso da coalizão", disse Yatsenyuk. Ele acrescentou que o parlamento não podia mais fazer o seu trabalho e aprovar leis.

"É compreensível. Quem iria concorrer às eleições e votar ao mesmo tempo leis impopulares?", declarou hoje Yatseniuk


"Anuncio minha renúncia devido à ruptura da coalizão e o bloqueio no Parlamento das iniciativas do governo", declarou o premiê segundo a Reuters, após dois dos três partidos de sua base de apoio deixarem a aliança parlamentar.


"Não há dinheiro para comprar um fuzil, para pôr combustível nos tanques", completou Yatseniuk de acordo com a Efe, apontando as necessidades do Exército ucraniano para pagar a investida militar contra os separatistas pró-Rússia na porção sudeste e russófona do país.

Yatsenyuk é autor da crise do gás na Ucrânia


"A crise do gás é inevitável. Aproveitando a ocasião, o autor desta crise é o próprio primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatsenyuk, que, aparentemente, com o apoio político dos Estados Unidos, assumiu uma posição absolutamente intransigente nas negociações com Moscou e provocou, em grande parte, a situação que poderá levar ao colapso de combustível na Ucrânia, já no mês de novembro", disse Alexei Pushkov, chefe do comitê da Duma de Estado para assuntos internacionais, comentando a renúncia de Yatsenyuk.

GOLPE  fevereiro/2014

O gatilho foi a decisão do governo de não assinar uma parceria abrangente com a União Europeia, que objetivava integrar a Ucrânia com os 28 países do bloco.

Golpistas

O manifestante mais conhecido é Vitali Klitschko, um campeão de boxe que se transformou em líder opositor. Ele liderava um movimento chamado Udar (soco) e planeja concorrer à Presidência em 2015.
Sua principal bandeira de campanha é "um país moderno com padrões europeus" – o que significa, na prática, significa diminuir as relações com a Rússia e estreitar os laços com a União Europeia.
Outro grupo opositor que participava dos protestos é chamado Svoboda (liberdade). O movimento considerado ultranacionalista é liderado por Oleh Tyahnybok.
Também tomou parte dos protestoso o ex-premiê polonês e atual líder de oposição Jaroslaw Kaczysnski. 

Arseniy Yatsenyuk, líder do segundo maior partido ucraniano, chamado Pátria. 

Comunistas são nova vítima da “caça às bruxas” na Ucrânia

(Fonte: Fernando Santos) Na Ucrânia teve início o processo para eleições legislativas extraordinárias. A Rada Suprema anunciou o fim da coalizão governante Escolha Europeia. Ela foi abandonada pelas frações do partido Udar, do antigo pugilista e atual prefeito de Kiev, e do movimento nacionalista de direita Svoboda (Liberdade), do odioso Oleg Tyagnibok. Ninguém esconde que isso foi feito para que o presidente Piotr Poroshenko pudesse marcar, no prazo de um mês, uma data para novas eleições para a Rada.



Segundo se exprimiu Tyagnibok, “um parlamento que encobre agentes de Moscou não deve existir”.


Os fundadores do movimento Maidan na Rada consideram como “agentes de Moscou”, antes de mais, os comunistas ucranianos. Eles já foram praticamente expulsos do parlamento.O líder do Partido Comunista Ucraniano (PCU) Piotr Simonenko foi empurrado para fora da sala do plenário. Os peritos e jornalistas falam de uma “caça às bruxas” que alastra pelo país.

Os comunistas já eram incômodos na Rada há muito tempo e os temperamentais deputados ucranianos da coalizão de direita não o escondiam. Os ultrarradicais que enchiam o parlamento por diversas vezes se atiraram à pancada aos comunistas acusando-os de alta traição. A questão da proibição do PCU foi colocada a nível judicial, mas por mais que queiram, será impossível encontrar bases legais para essa proibição, diz o líder dos comunistas Piotr Simonenko:


“Não faz qualquer sentido falar aqui de constitucionalidade. Essa decisão atropela a vontade dos cidadãos, se trata de mais de 13 por cento dos cidadãos da Ucrânia. Nas últimas eleições 3 milhões de pessoas votaram no Partido Comunista e concederam-nos o direito de trabalhar no parlamento e de ter nossa fração parlamentar.”

No contexto deste espetáculo absurdo encenado pelas autoridades ucranianas, a proibição do Partido Comunista não surpreende ninguém. A própria paródia de julgamento dos comunistas parece ser a sequência lógica da tragicomédia política interna ucraniana. As autoridades de Kiev não se envergonham de usar os métodos do macartismo estadunidense, que foi a campanha de perseguição aos comunistas nos anos de 1940-50. Os jornalistas já falam de “turchinismo”, apesar de o presidente da Rada Alexander Turchinov ter ultimamente recuado para papéis secundários.


Também os métodos de propaganda de Goebbels não são estranhos para Kiev. Os nazistas da Alemanha queimaram, na altura, o Reichstag, acusando depois os comunistas e orquestrando o julgamento do seu líder, Gueorgui Dimitrov. Em 2014, os nacionalistas na Ucrânia queimam pessoas, abatem aviões e… tentam atirar as culpas para cima da Rússia. Para que as pessoas não conheçam a verdade, eles matam ou expulsam os jornalistas incômodos e tentam criar um bloqueio informativo total, refere o presidente do movimento de direitos humanos Russkoyazychnaya Ukraina (Ucrânia Russófona) Vadim Kolesnichenko:

“Transformar a Ucrânia num território de agressão apontado contra a Rússia é um projeto que, no essencial, foi realizado. Porque é que na Ucrânia eliminam jornalistas, porque é que o parlamento discute a proibição do acesso de jornalistas russos à cobertura dos trabalhos do parlamento ucraniano? O objetivo é só um – o bloqueio informativo e a agressão informativa contra a Rússia.”


Em geral, Kiev segue escrupulosamente o plano elaborado em Washington: está criando um Estado inimigo de Moscou nas suas fronteiras. Qualquer cessar-fogo ou negociações com a população ucraniana de tendências pró-russas não estão previstas nesse plano. Para executar esse plano, as pessoas que permanecem no poder em Kiev não irão parar perante nada, afirma o diretor do Instituto dos Países da CEI Igor Shishkin:



“Sem dúvida que para Kiev o mais importante agora é a completa supressão da resistência. Para eles esse fim justifica completamente os meios. Essas são as mesmas pessoas que executaram o crime em Odessa. Para essa gente não há barreiras morais. Se for preciso arrasar uma cidade – eles irão arrasar a cidade.”



Os políticos leais às autoridades ucranianas combatem com entusiasmo a Rússia e tudo o que é russo. Na cidade de Lvov, na Ucrânia ocidental, por exemplo, as cadeias de supermercados foram proibidas de vender produtos russos, embora os políticos se devessem preocupar mais com o poder de compra de seus habitantes. Os salários estão sendo cortados, os programas sociais são cancelados em nome dos gastos com a chamada operação antiterrorista nas regiões do sudeste. Também a mobilização geral decretada pelas autoridades está aquecendo os ânimos. Mesmo as mulheres mais antirrussas da Ucrânia Ocidental por qualquer razão não querem deixar partir seus maridos e filhos, e agora também os pais, para a chacina organizada por Kiev.

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