Europa continua a chantagear Rússia com política de gás
O Ocidente continua a “cruzar os braços” aos parceiros da Rússia na construção do gasoduto South Sream. A seguir a Bulgária, a Sérvia também apressou-se a anunciar a suspensão dos serviços.
Ambos os países alegaram a posição da Comissão Europeia.
Ao mesmo tempo, o comissário europeu da Energia, Gunther Oettinger, renunciou a discutir a construção do South Stream em formato de consultas com a Rússia, principal participante do projeto.
Mas, durante todos esses anos, a Comissão Europeia conhecia perfeitamente as disposições dos acordos de 2008 e é simplesmente absurdo afirmar agora sobre a alegada não-correspondência do projeto do South Sream à prática jurídica internacional. Acusações lançadas contra a parte russa de uma posição monopolista na política de gás não são senão uma tentativa de “lançar as culpas sobre outrem”, disse à Voz da Rússia o chefe do Fundo Russo de Segurança Energética Nacional, Konstantin Simonov:
“Quando a União Europeia acusa a Gazprom de impedir o desenvolvimento do mercado único de gás na Europa, isso parece estranho, porque é a própria União Europeia que deve pensar na formação do semelhante mercado”.
Por isso é necessário procurar novas causas da instigação da histeria antirussa e da chantagem real com gás, praticada contra a Bulgária e Sérvia. Tais causas podem ser encontradas do outro lado do oceano. Assim, o senador John McCain não quis dissimular a exigência que os americanos apresentam a Sofia e a outros parceiros da Rússia: “Gostaríamos que a Rússia participasse menos do South Stream”.
Está claro que os Estados Unidos fazem passar a pressão nos parceiros europeus da Rússia por sanções antirussas. Mas a causa principal não diz respeito à Ucrânia. Segundo as informações disponíveis, Washington decidiu atacar novamente o South Stream (do qual participam também capitais da Alemanha e da França) após ter recebido comunicados alarmantes de Baku. Uma fonte na companhia azeri SOCAR deu a entender que a companhia francesa TOTAL e a alemã E.ON podem vender suas quotas no projeto de construção do gasoduto Trans-Adriático (TAP). Levando em consideração que é nomeadamente o TAP que deveria ser uma alternativa ao projeto Nabucco, apoiado ativamente pela União Europeia e os Estados Unidos, torna-se compreensível o pânico de Washington e Bruxelas.
Não se deve excluir que os políticos búlgaros e seus colegas de países da região tentarão por sua parte aproveitar a situação formada para obter descontos no preço do gás russo fornecido. Contundo, dando tais passos, os países do Sudeste Europeu fazem apenas o jogo alheio, contribuindo em primeiro lugar para os interesses americanos.
Mais um momento que obriga a proceder com pressa a parte americana está ligado à mudança geral da situação no mercado energético.
O relatório World Energy Investment Outlook 2014, publicado há dias pela Agência Energética Internacional, prevê uma queda da “revolução de xisto” nos EUA e um aumento da dependência do país das importações no pano de fundo de uma diminuição das potencialidades de exportação da Arabia Saudita e do Irã. Por esta causa, os Estados Unidos precisam sujeitar ao controle recursos energéticos básicos e vias de seu transporte para não perder posições no mercado energético global. Nestas condições, a chantagem dos europeus para Washington é apenas um meio de garantir seus próprios interesses.
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