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Crise na Ucrânia


Líder do PCU: Vítima de atentado


Um comando de extrema-direita atacou o dirigente comunista Piotr Symonenko, ação que se enquadra no anticomunismo promovido pelo poder golpista.
Nazista predem jornalistas
De acordo com o relato de Symonenko ao canal Rússia 24, e segundo informações publicadas na página da Internet do Partido Comunista da Ucrânia (PCU), no final de um debate televisionado, realizado sexta-feira, 16, no qual anunciou a retirada da sua candidatura às «presidenciais»,o secretário-geral do PCU foi cercado, perseguido e atacado por um grupo nazi-fascista.

Impedido, junto com a sua comitiva, de sair pela porta principal, Symonenko foi obrigado a fugir pelas traseiras. «Não podíamos sair porque os fascistas estavam à espera. O edifício estava sitiado por militantes de extrema-direita com máscaras», testemunhou.

Em seguida, iniciou-se uma perseguição durante vários quilómetros pelo centro de Kiev. «Bloquearam várias ruas com carros e detiveram-nos. Não podíamos sair. Os nazi-fascistas começaram a destruir o carro em que seguíamos. Depois lançaram um coktail molotov. Acabámos por conseguir fugir», prosseguiu Symonenko, para quem «agora, o mundo inteiro compreenderá o que se está a passar na Ucrânia».
Para além de Symonenko, outros dois candidatos às «eleições» do próximo domingo, 25, retiraram as respectivas candidaturas, um dos quais, Oleg Tsariov, tomou essa decisão depois de ter sido atacado e ameaçado de morte. Pela captura de tsariov foi emitida uma recompensa de um milhão de dólares.
No debate televisionado, Symonenko denunciou que a Ucrânia está em guerra e que a situação no Baixo Don é muito grave, mais concretamente nas regiões de Donetsk e Lugansk, em resultado da ofensiva lançada pelas forças militares e paramilitares afectas a Kiev. Acresce que os oligarcas não só estão a formar as suas milícias privadas como organizam e financiam organizações nazi-fascistas, como o Setor de Direita e os Patriotas da Ucrânia, referiu ainda.


Anticomunismo oficial



Já na segunda-feira, 19, o Ministério da Justiça ucraniano, a pedido do presidente golpista, Oleksander Turchynov, enviou à Procuradoria-geral e ao Conselho Nacional de Segurança um pedido de investigação ao PCU por alegadas actividades antipatriotas e contra a unidade do território. 

De acordo com a Ria Novosti, o objetivo é ilegalizar o partido, criminalizar a atividade comunista e perseguir os dirigentes do PCU.
Recorde-se que, a 6 de Maio, deu entrada no parlamento ucraniano um projeto com o objectivo de retirar ao PCU o estatuto de grupo político. Os comunistas ucranianos têm 32 deputados e por diversas vezes os seus eleitos, incluindo o secretário-geral, foram impedidos, de se pronunciarem no órgão legislativo do país. O caso mais recente ocorreu há cerca de uma semana envolvendo o Piotr Symonenko, mas o líder comunista insiste e, já esta semana, denunciou na Rada o atentado de que foi vítima.

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