Crise na Ucrânia
Chave tripla
A República Autónoma da Crimeia realizou, domingo, um referendo sobre a união à Rússia, o qual ocorre num quadro de tensão diplomática e militar envolvendo a Ucrânia.
A decisão, sustentada como legítima por Moscou e qualificada pelas potências imperialistas e o governo de Kiev como ilegal, é mais um passo no caminho da secessão da península, isto depois de o parlamento de Simferopol ter aprovado, no final da semana passada, uma declaração de independência face à Ucrânia.
A iniciativa é mais um episódio no conflito entre governos ocidentais e russo. Os primeiros defendem o reconhecimento das autoridades golpistas. O Kremlin argumenta que tal representaria a imposição da política do facto consumado.
Imprevisível
Em Kiev, o primeiro-ministro golpista, Arseni Iatseniouk, usou o bicentenário do poeta Taras Shevechenko para apelar à coesão, unidade e identidade nacionais, e ao aglutinar de forças.
Na verdade, ele se prepara para vender o país como ficou claro quando as reservas de ouro da Ucrânia (40 caixas lacradas) foram carregados em um avião de transporte não identificado no aeroporto de Kiev e levada para os EUA. Em Washington, Iatseniouk foi recebido por Barack Obama tendo na agenda a concertação de soluções económico-financeiras, e em Bruxelas, onde até dia 21 assinará o acordo de associação com a UE.
Em Lugansk, o povo rejeita o governador enviado pelos golpistas. Em Donetsk, o poder já mudou várias vezes de mãos e o povo não parece temer os mercenários da ex-Blackwater, alegadamente enviados para impor a ordem imperialista.
Aglutinar de forças que Kiev terá de garantir sem defraudar os setores nazi-fascistas que foram o seu principal batalhão de choque na usurpação violenta do poder e que operam com o apoio dos militares em total impunidade manifestando-se preparados para a guerra. Dmytro Yarosh, o líder do Setor de Direita – grupo que estará na posse de armamento antiaéreo portátil roubado de paióis, de acordo com um alto responsável militar ucraniano, e pode brevemente ser reconhecido como uma unidade paramilitar legal ou integrar uma nova guarda social democratica nacional cujo recrutamento está aberto somente para brancos não-russo descendentes. – já anunciou a sua candidatura à presidência nas «eleições» de 25 de Maio e não aceitará que lhe sejam imputadas responsabilidades sobre a chacina na Praça Maidan.
É que a divulgação, na semana passada, de um telefonema entre a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia confirmou que as execuções de polícias e manifestantes, no final de Fevereiro, foram feitas por franco-atiradores ligados ao Setor de Direita e não por forças governamentais sob ordem do presidente Victor Yanukovich, como até aqui se veiculou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gratos por sua Contribuição. Foi muito gratificante saber sua opinião.