Ofensiva contra os trabalhadores e povo grego
Na ruptura de novas lutas de classe
Com 153 votos num total de 300, a maioria conservadora (ND) e social-democrata (PASOK) aprovou, dia 17, uma nova ofensiva contra os trabalhadores e o povo grego.
Mas nada disto atenua a gravidade e dimensão da ofensiva. Já este ano serão despedidos diretamente quatro mil funcionários, parte dos quais na extinta radiotelevisão pública (ERT), que tem um efetivo de 2.656 trabalhadores. No próximo ano, a sangria continuará com o despedimento de mais 11 mil funcionários.
Ainda este ano, outros 25 mil trabalhadores do Estado transitam para uma chamada reserva de trabalho, onde passam a auferir 75 por cento do salário durante um prazo de oito meses, ficando sujeitos ou à recolocação ou a perde do emprego.
Já se sabe que nesta reserva de trabalho estão 2.200 serventes escolares, profissão que desaparecerá, e cerca de dois mil professores. Até Setembro, cerca de 3.500 agentes das polícias municipais, cujos corpos serão extintos, passam também para esta antecâmara do despedimento. Acompanhá-los-ão mais 1.500 professores, dois mil funcionários de ministérios e 1.250 funcionários das autarquias.
O novo sistema de impostos prevê uma descida do IVA na restauração de 23 para 13 por cento, decisão que o primeiro-ministro se vangloriou de ter arrancado à troika e que vigorará a título provisório até ao final do ano.
Em contrapartida, o governo aprovou disposições que penalizam os rendimentos do trabalho incluindo os mais modestos.
Um dos pontos que levantou mais polémica, e que ilustra o sentido da reforma fiscal, é a isenção de que passam a beneficiar os representantes de «organizações internacionais» na Grécia, entre elas as delegações residentes no país da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetários Internacional.
A submissão do governo grego às instituições e potências estrangeiras ficou mais uma vez patente durante a visita, dia 18, a Atenas, do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble.
Tal como já tinha acontecido em Outubro, com a deslocação da chanceler alemã, Angela Merkel, o centro da capital grega foi fechado por um forte dispositivo de segurança, a que só se acedia com autorização especial. Nas zonas delimitadas, as reuniões públicas e manifestações foram proibidas.
Segundo referiu, existe a opinião em amplas secções de trabalhadores de que as novas medidas afetam exclusivamente certas categorias de funcionários públicos que são bem pagos. «Esta opinião é enganadora, desorientadora e perigosa. É um veneno. Serve a quem quer dividir os trabalhadores e pô-los uns contra os outros. Oculta o carácter geral da ofensiva contra todos os trabalhadores, em todos os sectores. Este ataque visa os trabalhadores, os desempregados, os “independentes”, os pequenos e médios camponeses, os jovens e as mulheres. Ninguém está excluído. Só estão imunes o capital e os monopólios, cujos interesses são promovidos.»
Salientando a necessidade de «esclarecer os trabalhadores» e «mobilizá-los para a luta de ruptura e derrubamento da política anti-operária e antipopular e do poder do capital, Tasioulas acrescentou: «Queremos dizer com clareza: não haverá nenhuma perspectiva, nem resultados favoráveis à classe operária e aos sectores pobres da população a menos que esta situação mude, a menos que aumente o nível de organização nos locais de trabalho, nas fábricas, nas grandes empresas».
Aprovada no dia seguinte à grande greve geral que paralisou o país, a extensa lei com 109 artigos visa em primeiro lugar o despedimento de milhares de funcionários públicos, bem como várias reformas fiscais que penalizam as camadas mais desfavorecidas.
A violência das medidas previstas suscitou algumas divergências nas bancadas da ND e do PASOK, obrigando o governo a fazer algumas pequenas cedências. Foi assim que caiu a escandalosa imunidade judicial prevista para os conselheiros do organismo das privatizações ou as ações disciplinares contra os presidentes de câmara que ultrapassassem os respectivos orçamentos.
A violência das medidas previstas suscitou algumas divergências nas bancadas da ND e do PASOK, obrigando o governo a fazer algumas pequenas cedências. Foi assim que caiu a escandalosa imunidade judicial prevista para os conselheiros do organismo das privatizações ou as ações disciplinares contra os presidentes de câmara que ultrapassassem os respectivos orçamentos.


Já se sabe que nesta reserva de trabalho estão 2.200 serventes escolares, profissão que desaparecerá, e cerca de dois mil professores. Até Setembro, cerca de 3.500 agentes das polícias municipais, cujos corpos serão extintos, passam também para esta antecâmara do despedimento. Acompanhá-los-ão mais 1.500 professores, dois mil funcionários de ministérios e 1.250 funcionários das autarquias.

Em contrapartida, o governo aprovou disposições que penalizam os rendimentos do trabalho incluindo os mais modestos.
Um dos pontos que levantou mais polémica, e que ilustra o sentido da reforma fiscal, é a isenção de que passam a beneficiar os representantes de «organizações internacionais» na Grécia, entre elas as delegações residentes no país da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetários Internacional.

Tal como já tinha acontecido em Outubro, com a deslocação da chanceler alemã, Angela Merkel, o centro da capital grega foi fechado por um forte dispositivo de segurança, a que só se acedia com autorização especial. Nas zonas delimitadas, as reuniões públicas e manifestações foram proibidas.
A necessidade da rupture
Perante milhares de manifestantes concentrados, dia 16, na Praça Omonia, em que esteve presente o novo secretário-geral do CC do Partido Comunista da Grécia, Dimitris Koutsoumpas, Giannis Tasioulas, dirigente da PAME e presidente da Federação dos Trabalhadores da Construção, alertou para a manobra do governo que visa opor trabalhadores do setor público aos do setor privado.

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