Israelitas e palestinianos juntos contra Netanyahu
Netanyahu sob fogo cruzado
Israelitas e palestinianos contestam as políticas do novo governo israelita, os primeiros colocando em causa a «austeridade», os segundos lembrando a catástrofe provocada pelo sionismo e a sua continuação.


Sábado, 11, pelo menos 10 mil pessoas manifestaram-se em Telavive. Concentrações e marchas de protesto foram realizadas, no mesmo dia, em Jerusalém, Haifa e noutras cidades. «Tirem aos ricos e não a nós», ou acusações de que o primeiro-ministro e o ministro das Finanças, Yair Lapid, são «marionettes dos capitalistas», foram algumas das consignas mais veiculadas, de acordo com os relatos publicados pelo Jerusalém Post, pelo Haaretz e na página do Partido Comunista de Israel (PCI).

As mesmas fontes notam que, contrariamente ao que sucedeu durante o Verão de 2011, os participantes apresentaram contra-propostas com uma base mais progressista do que então.

A «cama voadora»
Para além da indignação para com a fatura apresentada, Benjamin Netanyahu e o gabinete que lidera estão debaixo de fogo devido à revelação de dados sobre os respectivos gastos sumptuosos.
Centenas de milhares de dólares foram alegadamente desbaratados por Netanyahu e pelos seus mais próximos em cosméticos e roupas de alta costura, alimentação, manutenção e limpeza da residência oficial, e, até, na instalação de uma cama de casal num avião quando o primeiro-ministro se deslocou a Londres para assistir ao funeral de Margaret Tatcher.

65 anos da catástrofe
No mesmo dia em que o governo israelita aprovava um orçamento draconiano, milhares de palestinianos assinalaram os 65.º aniversário da Nakba, a catástrofe provocada pela expulsão de cerca de 760 mil pessoas dos respectivos territórios, executada pelas milícias armadas sionistas na sequência da criação do Estado de Israel.
As manifestações realizadas quarta-feira, 15, em Ramahla, Hebron, Nablus e noutras cidades da Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em Jerusalém Leste, mobilizaram alguns milhares de pessoas sob o lema «o regresso é um direito e um desejo do povo», noticiou a agência Wafa.
Segundo os últimos censos, os refugiados palestinianos e os seus descendentes totalizam cinco milhões de pessoas só na Jordânia, Síria, Líbano e territórios autónomos palestinianos. Outros tantos encontram-se espalhados por dezenas de países em todo o mundo.

Mais grave ainda, no passado dia 10 de Maio, o gabinete de Netanyahu aprovou a construção de 296 casas para colonos israelitas em Beit El, perto de Ramalah, na Cisjordânia.
Os colonatos são considerados ilegais pelas Nações Unidas. Não obstante, estima-se que, desde 1967, Israel já tenha construído mais de 250 colónias em Jerusalém Leste e na Cisjordânia, nas quais vivem, respectivamente, cerca de 360 mil e 200 mil colonos.
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