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Ver. Chico Macena promove a entrega de Medalha Anchieta e Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo a Seu Carlão da Peruche

O RECONHECIMENTO A SEU CARLÃO É O RECONHECIMENTO AO SAMBA DE SÃO PAULO

Carlos Alberto Caetano, conhecido como o cardeal do samba “Seo Carlão”, da Unidos do Peruche, foi homenageado nesta sexta-feira pela Câmara Municipal com a entrega de Medalha Anchieta e Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo. Integrantes da Velha Guarda da Unidos do Peruche, Vai-Vai, Camisa Verde e Branco e Barroca da Zona Sul, além de familiares e convidados, lotaram o Salão Nobre da Câmara Municipal para aplaudir o sambista.
“Se me dissessem que um dia eu seria homenageado por ser sambista, eu diria que isso era uma utopia. Quem é veterano sabe que a sociedade não aceitava. Há 40 anos tratava-se de algo de etnia. Foi muita luta”, disse “Seo Carlão”, que é crítico em relação à organização do carnaval. “Hoje ando três vezes mais para chegar ao Sambódromo do que cruzando a avenida. Saímos de lá para a nossa quadra para poder brincar, comemorar. Os bailes infantis acabaram. Hoje um jovem não sabe o que é uma fantasia de pierrô e colombina”, diz.

Oswaldinho da Cuíca, da Vai-Vai, elogiou o companheiro do samba. “É uma homenagem merecida e tardia. É um privilégio estarmos aqui juntos, porque muitos não puderam ser lembrados, como Dionísio Barbosa, de 1891, Seu Enricão, de 1908, Seu Zezinho do Banjo, de 1911, Zeca da Casa Verde, de 1927, Seu Geraldo, também de 1927, Seu Toniquinho, de 1929 e ‘Seo Carlão’, de 1930”, completou Oswaldinho.
A trajetória de “Seo Carlão” começou em Pirapora do Bom Jesus, a 54 km da Capital. Filho de pais religiosos, ele acompanhava anualmente a família à romaria e festa de Bom Jesus. Enquanto sua mãe frequentava a igreja, todos os finais de semana, seu pai o levava para um barracão em que se ouvia o jongo, forma de samba primitivo.
Ao longo de sua história, “Seo Carlão” participou de diversas agremiações do Carnaval de rua paulistanas e da Escola de Samba Lavapés, do Cambuci. Em 1956, ajudou a fundar a Unidos do Peruche.
A iniciativa partiu do gabinete do vereador Chico Macena (PT). “Estamos homenageando a cultura brasileira, afrodescendente, a história do samba paulista que se confunde com a história do ‘Seo Carlão’. Fazer reverência a esse grande educador nos ensina a manter essas raízes vivas”, completou.

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