The incredible Dilma Rousseff |
CHORA POVO, POIS ESTE CORPO
É O DE TUA PRESIDENTA
TORTURADA AOS 22 ANOS!
"Ninguém se preocupa com você. Você será deformada."
A prisioneira de 22 anos de idade, foi informada em janeiro de 1970 por um carcereiro - talvez "Dr. Medeiros", talvez "Joaquim" - trabalhando para o regime militar do Brasil, então. O nome da jovem era Dilma Rousseff.
A prisioneira de 22 anos de idade, foi informada em janeiro de 1970 por um carcereiro - talvez "Dr. Medeiros", talvez "Joaquim" - trabalhando para o regime militar do Brasil, então. O nome da jovem era Dilma Rousseff.
Trinta e um anos depois, em 2001, ela disse a uma comissão de direitos humanos (em um comunicado divulgado na íntegra somente em junho de 2012) que tinha sido mantida na prisão por três anos em três cidades diferentes, e durante esse tempo enfrentou todos os tipos de tortura, incluindo numerosos espancamentos físicos, eletro-choques e até mesmo um falso fuzilamento. Ela nunca poderia ter acreditado, então, que um dia ela seria presidente do Brasil.
Dilma Rousseff entrou no Palácio do Planalto, em Brasília, em janeiro de 2011, após sua vitória eleitoral em outubro de 2010.
O sucesso da presidente em seus dois primeiros anos de mandato, refletido no fato de que mais de 75% dos brasileiros acham que ela está fazendo um bom trabalho, tem muitos aspectos.
Por exemplo, ela nunca usou o seu sofrimento para obter ganhos políticos, ela é uma mulher chefe de Estado em um país marcado por uma grande cultura "machista", ela criou a "comissão da verdade" do Brasil em primeiro lugar, para rever os crimes cometidos pelo Estado durante o ditadura de 1964-85. Mas o ingrediente mais importante é que Dilma Rousseff tem enfrentado três grandes, sérios desafios com trabalho duro e honestidade.
Os três testes
O primeiro é a crise econômica mundial desde 2008. A resposta do Brasil tem sido a de aumentar o consumo interno, um remédio que parece ter atingido um momento decisivo com uma figura de possível crescimento de menos de 3% em 2012. Parte da imprensa brasileira argumentam que o governo Dilma Rousseff é incapaz de lidar com o problema, e a presidenta reconhece a necessidade de ação.
Mas ela também insiste acertadamente que o crescimento econômico não é tudo, mas apenas uma questão (se uma vital) na agenda política. Ela reiterou que um país deve também ser julgado por sua capacidade de proteger e educar seus filhos, cuidar dos idosos e eliminar a pobreza.
Ao fazer essas prioridades suas e persegui-las através de vários programas sociais, Dilma, com efeito, exigiu que a cultura política oficial do Brasil terminar a sua prática de julgar as administrações por seu desempenho econômico por si só. Este é um passo positivo, pois evidencia a incapacidade histórica do Estado brasileiro (refletindo a influência do capitalismo brasileiro na política do país) para fornecer bens públicos, tais como educação básica, saúde, justiça e segurança pública - para seus cidadãos.
Mas mesmo no campo econômico, o governo de Dilma tem cumprido sua promessa de reduzir brasileiras taxas de juro, com a taxa do banco central da queda de mais de 12% ao ano em 2011 para 8% atual (o nível mais baixo desde 1996) . Mais do que isso, a presidenta tem pressionado as instituições financeiras públicas a usar taxas mais baixas no mercado, forçando os bancos privados a fazerem o mesmo.
O resultado é uma revolução financeira. Pela primeira vez em décadas os brasileiros são capazes de usar os bancos e outras instituições financeiras com taxas razoáveis; agora, telejornais fazem reportagens sobre como pedir empréstimos de forma responsável.
O segundo desafio é um herdado de seu antecessor, Luís Inácio Lula da Silva: a necessidade de evitar a armadilha de fazer alianças políticas espúrias para governar. Aqui também, a firme liderança de Dilma - por exemplo, em demitir rapidamente sete ministros envolvidos em escândalos políticos e corrupção, no primeiro ano de sua presidência - consolidou sua autoridade e popularidade.
Mas a sua firmeza será testada nos próximos meses, quando o tribunal federal maior do Brasil julga o notório mensalão - um escândalo de dita corrupção prolongada que se desenrolou sob o governo Lula, quando figuras proeminentes na decisão Partido dos Trabalhadores (Partido dos Trabalhadores), incluindo Lula, chefe-do Estado-Maior, José Dirceu, foram acusados de distribuir dinheiro mensalmente para os pequenos partidos em troca de apoio político. Dilma tem se comportado com grande dignidade e contenção, deixando a questão inteiramente nas mãos da justiça brasileira.
O terceiro desafio é a política externa brasileira, onde o governo de Dilma foi atacada tanto da direita quanto da esquerda. As afirmações que a "Rio +20" acordo sobre mudança climática estava vazia, e que a política do Brasil sobre "golpe de Estado presidencial" do Paraguai estava subordinado as vontades de Buenos Aires e Caracas.
As reivindicações de esquerda que o presidente não se preocupa com a política externa, não tem paciência com as idiossincrasias do Itamaraty (a burocracia política por trás da política externa do Brasil), e perdeu o caminho orientador construído por Lula e ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, que (esse é o argumento) articulou uma estratégia mais autêntica e política autônoma para o país na arena internacional.
Na verdade, o acordo alcançado na Rio+20 foi quase que um milagre, enquanto a posição do Brasil sobre a derrubada de Fernando Lugo em Assunção mostrou que a liderança brasileira na região está sendo ligada a um novo discurso democrático.
Neste terreno, Dilma Rousseff continua a colocar a questão de longa data no Brasil sobre os métodos atuais de governança global, bem como corrigiu algumas posturas erradas em matéria de direitos humanos. Aqui também, seu pensamento é claro: é melhor para combater a pobreza e abuso de dentro de casa do que ir jogar o jogo do poder-político no exterior.
Além de tudo isso, a presidenta teve de lidar com a fama política de seu predecessor e mentor. Luís Inácio Lula da Silva, que serviu dois mandatos 2002-09, tem mais de uma vez sido anunciado que ele sugeriu que poderia concorrer novamente em 2014, se Dilma estivesse em uma posição precaria para chegar a um segundo mandato.
Para lidar com este teste e os outros ela o faz com honestidade, sinceridade, trabalho duro, bons programas sociais e uma consciência política impressionante, Dilma Rousseff já fez muita coisa como a primeira presidenta do Brasil.
Oxalá que ela possa continuar dessa forma
em seu segundo mandato.
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