“A Brasileira”, café histórico da Baixa de Coimbra que tinha desaparecido em 1995, reabriu nesta quinta-feira ao público por iniciativa de um pasteleiro da cidade, após ter acolhido uma loja de pronto-a-vestir durante alguns anos.
Os jornalistas Albano da Rocha Pato e José Carlos de Vasconcelos (este ainda nos tempos de estudante universitário), o advogado antifascista Alberto Vilaça e os professores catedráticos Paulo Quintela, Vitorino Nemésio e Abílio Hernandez, da Universidade de Coimbra, foram alguns dos frequentadores daquele espaço da rua Ferreira Borges, próximo do largo da Portagem.
“Eu agora já sei que esta casa é mesmo importante. Vamos em frente, estamos no local certo e no espaço certo”, disse esta tarde à agência Lusa o novo proprietário do café “A Brasileira”, Lúcio Borges.
Ainda sem conhecer bem a importância histórica e cultural do café, o industrial de pastelaria procurou durante algum tempo, na Baixa, um imóvel onde pudesse instalar uma unidade de cafetaria.
“Este não foi o espaço que eu escolhi de início. Foi o último e o mais caro, mas é o melhor, não haja dúvidas”, declarou.
As obras de remodelação foram inteiramente assumidas por Lúcio Borges, que não revela o montante do investimento. “Procurei financiamentos, mas nada, desde o turismo aos bancos, ao Estado em geral”, sublinhou.
Numa primeira fase, “A Brasileira”, que, nos anos 90 do século passado, foi o último café da cidade a servir exclusivamente o chamado “café de saco”, vai empregar 14 trabalhadores. Estará sempre aberta todos os dias da semana, incluindo sábados e domingos, das 7h às 24h.
Nos anos 1960, “A Brasileira” acolheu de algum modo a emergência do movimento de renovação da música de Coimbra. O jornalista Rocha Pato, pai do médico e músico Rui Pato, era um dos clientes habituais daquele espaço. Acabou por ser Rocha Pato a promover os primeiros registos da obra musical de José Afonso. Rui Pato, seu filho, que em 1961 era um jovem de 16 anos, participou nessas gravações.
Em 2005, Alberto Vilaça, dirigente histórico do PCP de Coimbra, publicou o livro “À mesa d’A Brasileira. Cultura, política e bom homor”, editado pela Calendário de Letras.
Os jornalistas Albano da Rocha Pato e José Carlos de Vasconcelos (este ainda nos tempos de estudante universitário), o advogado antifascista Alberto Vilaça e os professores catedráticos Paulo Quintela, Vitorino Nemésio e Abílio Hernandez, da Universidade de Coimbra, foram alguns dos frequentadores daquele espaço da rua Ferreira Borges, próximo do largo da Portagem.
“Eu agora já sei que esta casa é mesmo importante. Vamos em frente, estamos no local certo e no espaço certo”, disse esta tarde à agência Lusa o novo proprietário do café “A Brasileira”, Lúcio Borges.
Ainda sem conhecer bem a importância histórica e cultural do café, o industrial de pastelaria procurou durante algum tempo, na Baixa, um imóvel onde pudesse instalar uma unidade de cafetaria.
“Este não foi o espaço que eu escolhi de início. Foi o último e o mais caro, mas é o melhor, não haja dúvidas”, declarou.
As obras de remodelação foram inteiramente assumidas por Lúcio Borges, que não revela o montante do investimento. “Procurei financiamentos, mas nada, desde o turismo aos bancos, ao Estado em geral”, sublinhou.
Numa primeira fase, “A Brasileira”, que, nos anos 90 do século passado, foi o último café da cidade a servir exclusivamente o chamado “café de saco”, vai empregar 14 trabalhadores. Estará sempre aberta todos os dias da semana, incluindo sábados e domingos, das 7h às 24h.
Nos anos 1960, “A Brasileira” acolheu de algum modo a emergência do movimento de renovação da música de Coimbra. O jornalista Rocha Pato, pai do médico e músico Rui Pato, era um dos clientes habituais daquele espaço. Acabou por ser Rocha Pato a promover os primeiros registos da obra musical de José Afonso. Rui Pato, seu filho, que em 1961 era um jovem de 16 anos, participou nessas gravações.
Em 2005, Alberto Vilaça, dirigente histórico do PCP de Coimbra, publicou o livro “À mesa d’A Brasileira. Cultura, política e bom homor”, editado pela Calendário de Letras.
As origens do Sucesso
A Brasileira do Chiado
No inicio do Século XX, a Brasileira do Chiado vendia o "genuíno café do Brasil", produto muito pouco apreciado ou até evitado pelas donas de casa lisboetas naquela época. Adriano Telles, fundador da Brasileira do Chiado, vivera no Brasil e importava o café sem dificuldades, bem como outros produtos como goiabada, tapioca, pimentinhas, chá e farinha, e grande selecção de vinhos e azeites. Em 1908 fez uma remodelação, criando então a cafetaria.
Com as liberdades de reunião e associação proclamadas pela instauração da República Portuguesa, em 5 de Outubro de 1910 e a instalação do Directório no Largo de S. Carlos (entretanto rebaptizado Largo do Directório, precisamente no 1º andar do edifício onde nasceu Fernando Pessoa), A Brasileira tornou-se um dos cafés mais concorridos de Lisboa, devido à sua proximidade.
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