Por Tim Rogers - Revista Time
Todos deveriam amar os turistas brasileiros. Eles gastam mais per capita do que qualquer outra nacionalidade. Em todo o mundo, turistas brasileiros desembolsam uma média de 43,3 milhões dólares por dia, atingindo o gigantesco 1,4 bilhão de dólares no último Abril e aumentando em 83% seu gasto com relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Banco Central do Brasil.
Em 2010, 1,2 milhões de brasileiros visitaram os Estados Unidos, injetando 5,9 bilhões de dólares na economia dos EUA. Até mesmo os requintados resorts de esqui, em Vermont, estão lutando para contratar professores de esqui versados no Português para atender a demanda inesperada e crescente de milhares de brasileiros aventureiros que querem sambar pelas encostas das montanhas geladas. "O Brasil é o nosso mercado de mais rápido crescimento internacional - cresceu em 20% na última temporada", diz Chris Belanger de Stowe Mountain Resort.
E os Estados Unidos dificultam a visita dos turistas Brasileiros. Ao invés de desenrolar o tapete vermelho para os viajantes provenientes das, cada vez mais ricas, nações sul-americanas, os EUA faz brasileiros - e todas outras nacionalidades latino-americanas - submeterem-se a um longo e oneroso processo de pedido de visto, que leva meses de planejamento e pode custar milhares de dólares em despesas de viagem, hospedagem, alimentos e outros transtornos - tudo antes de deixar o país.
A boa notícia, segundo Roger Dow, presidente da Travel Association EUA, é que o problema com relação aos brasileiros ainda é corrigível, e tem algumas soluções de baixo custo. Por apenas a extensão do programa de dispensa de visto para o Brasil e Chile, diz ele, os Estados Unidos poderiam dobrar visitas desses países em um ano e rapidamente gerar US $ 10,3 bilhões em receitas de turismo gerando por volta de 95.100 novos postos de trabalho americanos diretos.
O Travel Association propôs também um plano simples de quatro pontos para "reformas de bom senso na entrada de brasileiros" diz Dow e tal providencia criaria cerca de 1,3 milhões de novos empregos e traria 858,000 milhões dólares para a economia dos EUA até 2020.
Ele insiste nessas reformas de entrada, a começar pela isenção do visto, além de outras iniciativas como a do Viajante Confiável, afirmando que tais proposituras não comprometeriam a Segurança Nacional dos EUA.
Deve-se cuidar de agilizar os processos de entrada e deixar que a Homeland Security, em vez de perseguir os bons turistas, se concentrar na caça aos bandidos. "Se você quiser encontrar uma agulha num palheiro, fica mais fácil se diminuir o palheiro", diz Dow. E acrescenta: "Agora, se você tratar todos os viajantes como terroristas, (Questão de Segurança Nacional) se torna muito difícil que o Palheiro encolha."
De fato, apesar das políticas de vistos dos EUA que tratam todos os imigrantes latinos como disputantes de empregos americanos e ávidos por conquistar seu pedaço do "American Dreams", na verdade, a maioria dos visitantes é formada por turistas que já alcançaram seus próprios sonhos brasileiros ou chilenos e que querem somente visitar aos EUA e gastar seu dinheiro aqui. Então, por que não fazer mais para recebê-los? No final dessa historia, é o Tio Sam quem está negando aos americanos uma melhor chance de viverem seus sonhos.
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A xenofobia ofusca a visão econômica dos americanos.
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