Não há mais espaço para decisões unilaterais no mundo
O mundo globalizado de hoje não comporta mais decisões unilaterais e o papel do G20 é assumir a responsabilidade de coordenar as ações dos países mais desenvolvidos para as transformar em ações multilaterais, evitando assim prejuízos às nações mais pobres. Essa foi a tônica do discurso do presidente Lula nesta sexta-feira (12/11) na sessão plenária da reunião de cúpula do G20 em Seul (Coreia do Sul), que contou ainda com a participação da presidente eleita Dilma Rousseff.
Qualquer decisão que a Argentina tomar ou o Brasil tomar, terá efeitos imediatos nos países vizinhos. Agora imagine potências econômicas como União Européia, Estados Unidos ou China, tomando decisões unilaterais sem levar em conta a repercussão no restante do mundo?
O presidente brasileiro, em sua intervenção de pouco mais de oito minutos durante a plenária do G20, lembrou que o Brasil superou bem a última crise financeira mundial justamente por ter tomado a decisão política de estimular a economia com medidas anti-cíclicas e incentivar o mercado interno, e que todos os países que fizeram o mesmo colheram bons resultados. “O desenvolvimento passa por uma ação forte do estado”, disse Lula.
Segundo Lula, a presidente eleita Dilma Rousseff não fará discurso reclamando de ‘herança maldita’ porque participou do projeto do atual governo brasileiro, construindo as bases para o desenvolvimento do País, e fez um apelo para que as nações mais desenvolvidas ajudem os países mais pobres, como o Brasil vem fazendo com a África, com política de financiamento mais barato, mais a longo prazo, sem regras pré-estabelecidas. O motivo é simples, disse:
Na hora que os países mais pobres se desenvolverem, vão precisar de mais produção de alimentos, mais produção de carros, mais produção de computadores, mais produção de máquinas, e nós sabemos que estaremos criando os mercados para ajudar nessa combinação perfeita que é a harmonia entre os paises desenvolvidos e os países em desenvolvimento.
Após a sessão plenária, o presidente Lula se encontrou com o presidente francês Nicolas Sarkozy para uma reunião bilateral, com a participação da presidente eleita Dilma Rousseff, ainda no centro de exposições onde se realiza o G20.
A abertura da sessão plenária da reunião de cúpula do G20, em Seul, às 9 horas desta sexta-feira (12/11) – horário de Seul – continuará as discussões empreendidas no jantar de trabalho da noite de ontem, com foco nas questões de desequilíbrio das economias mundiais. O presidente Lula e a presidente eleita Dilma Rousseff já estão reunidos no Coex, centro de convenções da capital coreana, com os demais líderes mundiais.
Sessão do G20 discute desequilíbrio econômico e reforma do FMI
O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, fez o discurso de abertura dando continuidade à discussão iniciada no jantar de trabalho de ontem, a respeito do desequilíbrio das economias mundiais. Em seguida, o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), José Ángel Gurría, falou sobre a reforma estrutural que vem sendo discutida na reunião.
Na segunda sessão do dia, os líderes do G20 debaterão a reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) e melhorias das redes de segurança financeira global.
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