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A BURGUESIA FEDE

ATENÇÃO BURGUESIA!
SIM! AINDA TEMOS
POESIA!


Burguesia

Cazuza

Composição: Cazuza/ Ezequiel Neves/ George Israel


A burguesia fede

A burguesia quer ficar rica

Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

A burguesia não tem charme nem é discreta

Com suas perucas de cabelos de boneca

A burguesia quer ser sócia do Country
A burguesia quer ir a New York fazer compras

Pobre de mim que vim do seio da burguesia

Sou rico mas não sou mesquinho

Eu também cheiro mal
Eu também cheiro mal

A burguesia tá acabando com a Barra

Afunda barcos cheios de crianças

E dormem tranqüilos
E dormem tranqüilos

Os guardanapos estão sempre limpos

As empregadas, uniformizadas

São caboclos querendo ser ingleses
São caboclos querendo ser ingleses

A burguesia fede

A burguesia quer ficar rica

Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

A burguesia não repara na dor

Da vendedora de chicletes

A burguesia só olha pra si
A burguesia só olha pra si
A burguesia é a direita, é a guerra

A burguesia fede

A burguesia quer ficar rica

Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

As pessoas vão ver que estão sendo roubadas

Vai haver uma revolução

Ao contrário da de 64
O Brasil é medroso
Vamos pegar o dinheiro roubado da burguesia
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Pra rua, pra rua

Vamos acabar com a burguesia

Vamos dinamitar a burguesia

Vamos pôr a burguesia na cadeia
Numa fazenda de trabalhos forçados
Eu sou burguês, mas eu sou artista
Estou do lado do povo, do povo

A burguesia fede - fede, fede, fede

A burguesia quer ficar rica

Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

Porcos num chiqueiro

São mais dignos que um burguês

Mas também existe o bom burguês
Que vive do seu trabalho honestamente
Mas este quer construir um país
E não abandoná-lo com uma pasta de dólares
O bom burguês é como o operário
É o médico que cobra menos pra quem não tem
E se interessa por seu povo
Em seres humanos vivendo como bichos
Tentando te enforcar na janela do carro
No sinal, no sinal
No sinal, no sinal

A burguesia fede

A burguesia quer ficar rica

Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia



Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza (Rio de Janeiro4 de abril de 1958 — Rio de Janeiro, 7 de julho de 1990) foi um cantorcompositorpoeta brasileiro que ganhou fama como símbolo da sua geração como vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho. Sua parceria com Roberto Frejat foi criticamente aclamada. Dentre as composições famosas junto ao Barão Vermelho estão "Todo Amor Que Houver Nessa Vida", "Pro Dia Nascer Feliz", "Maior Abandonado", "Bete Balanço" e "Bilhetinho Azul".


Cazuza tornou-se um dos ícones da música brasileira da década de 1980. Dentre seus sucessos musicais em carreira solo, destacam-se "Exagerado", "Codinome Beija-Flor", "Ideologia", "Brasil", "Faz Parte Do Meu Show", "O Tempo Não Pára" e "O Nosso Amor A Gente Inventa".
Cazuza também ficou conhecido por ser rebelde, boêmio e polêmico, tendo declarado em entrevistas que era bissexual. Em 1989 declarou ser soropositivo e sucumbiu à doença em 1990, no Rio de Janeiro. Também reconhecido pela sua inconfundível voz, ao lado de Raul Seixas e Renato Russo, é considerado uma das lendas do Rock Nacional. 


Cazuza
Cazuza flickr.jpg
Informação geral
Nome completoAgenor de Miranda Araújo Neto
ApelidoCazuza, O Poeta do Rock, Exagerado, Caju
Data de nascimento4 de abril de 1958
Rio de JaneiroRJ
 Brasil
Data de morte7 de julho de 1990 (32 anos)
Rio de JaneiroRJ
 Brasil
GênerosMPBrock brasileiro
InstrumentosVocal
Período em atividade1981 - 1990
Gravadora(s)Som Livre
PolyGram
Universal Music Group
AfiliaçõesBarão Vermelho
Página oficialwww.Cazuza.com.br


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