Dilma Rousseff deu uma entrevista hoje ao Painel RBS, em Santa Catarina, e bateu sem dó no sistema de pedágios das rodovias de São Paulo, criado pelos tucanos e defendido com ardor por José Serra, inclusive na entrevista ao Jornal Nacional. Nele, ganha a concessão quem pagar mais ao governo do Estado, o que resulta nos pedágios astronômicos que os paulistas sempre reclamam.
Este foi o modelo usado por FHC e é o modelo usado por Serra. O governo Lula inverteu totalmente essa lógica. A concessão passou a ser ganha por quem cobra o menor valor de pedágio. Isso criou uma situação curiosa no país. Quem trafega pelas rodovias paulistas ou mesmo pelas federais licitadas durante o governo FHC paga muito mais do que quem anda pelas rodovias federais licitadas durante o governo Lula.
“Quem paga mais não vai ficar com o prejuízo. É, de certa forma, uma cobrança de imposto disfarçada de pedágio”, disse Dilma ao programa, apontando a incongruência do modelo paulista e os prejuízos que acarreta para o usuário.
ipea confirma:
TUCANOS ESFOLAM MOTORISTAS
Um estudo feito pelo Ipea, em maio desse ano, com o título “Rodovias Brasileiras: gargalos, investimentos, concessões e preocupações com o futuro”, mostra bem o que representa para o usuário das estradas brasileiras a diferença entre os dois modelos. O Ipea dividiu as licitações das rodovias brasileiras em duas etapas e comparou o preço cobrado nos pedágios.
Na primeira fase das licitações das rodovias brasileiras, no governo tucano, os valores dos pedágios variavam, à época do estudo, de R$ 5,78, no Pólo Pelotas, a R$ 12,51, na Rio-Juiz de Fora. Já nas rodovias licitadas na segunda etapa de concessões, os valores iam de R$ 1,57, na Litoral Sul (Curitiba–Florianópolis), a R$ 5,09, na Rodovia do Aço (MG/RJ–Dutra).
Comenta o Ipea: “Observa-se nas rodovias da primeira etapa que para cada 100 km paga-se pedágio de: R$ 8,61 na Via Dutra; R$ 8,68 na Osório–Porto Alegre; e R$ 12,51 na RJ–Juiz de Fora, enquanto nas rodovias da segunda etapa, para cada 100 km, paga-se: R$ 1,57 na Fernão Dias; R$ 1,57 na Curitiba–Florianópolis; R$ 2,24 na Régis Bittencourt; R$ 3,51 na Curitiba–Divisa SC/RS; e R$ 5,09 na Rodovia do Aço.
Um exemplo na discrepância pode se constatar para percorrer distâncias semelhantes. Para ir de São Paulo ao Rio de Janeiro (402 km), se paga R$ 34,60 de pedágio, ou R$ 8,61 por 100 km. Já o custo de São Paulo à Curitiba (401,6 km) é de R$ 9,00, ou R$ 2,24 a cada 100 km.
Um exemplo na discrepância pode se constatar para percorrer distâncias semelhantes. Para ir de São Paulo ao Rio de Janeiro (402 km), se paga R$ 34,60 de pedágio, ou R$ 8,61 por 100 km. Já o custo de São Paulo à Curitiba (401,6 km) é de R$ 9,00, ou R$ 2,24 a cada 100 km.
IPEA: AS CONCESSÕES DO GOVERNO LULA AVANÇAM EM DIREÇÃO AO INTERESSE DO CONSUMIDOR
Vários fatores econômicos e conjunturais interferem no preço do pedágio, mas o modelo pelo critério de menor tarifa mostra-se muito mais vantajoso para o consumidor do que o de outorga. Pelo atual modelo, o vencedor da licitação se compromete a executar um plano de investimentos para recuperação, manutenção e ampliação da rodovia, que deve ser parcialmente cumprido em tempo anterior ao início da cobrança de pedágio.
O SISTEMA DE CONCESSÕES TUCANO OFERECE REAJUSTE SEMPRE ACIMA DA INFLAÇÃO
O novo modelo também se aperfeiçoou nos critérios anuais de reajustes. Nas primeiras concessões, entre 1995 e 1996, adotou-se uma cesta de índices dos principais componentes de custos das obras.
DILMA AVANÇARÁ NA POLITICA DOS TRANSPORTES RADICALIZANDO CADA VEZ NO INTERESSE DE ATENDER AO POVO BRASILEIRO
No segundo lote de concessões, em 2008 e 2009, se adotou o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação do país. “Isso já é um avanço, porque, nos contratos anteriores, os índices utilizados nos reajustes superaram sistematicamente a inflação”, observou o estudo do Ipea.
Dilma deve insistir sempre nessas comparações, porque elas revelam quem se preocupa mais com o povo brasileiro e quem coloca sempre o lucro dos empresários em primeiro lugar. Os empresários precisam lucrar com os investimentos que fazem nas estradas brasileiras, mas devem associá-lo a menor tarifa que podem ofertar ao usuário.
SÃO PAULO É A PEDAGIOLANDIA
Nas estradas estaduais de São Paulo uma nova praça de pedágio surge a cada 40 dias, como mostrou o Estadão, e a tarifa do principal sistema rodoviário do estado, o Anchieta-Imigrantes, foi reajustada para R$ 18,5o, em junho. “Para se ter uma ideia, ficou mais barato viajar a outro Estado do que internamente. Cruzar de carro os 404 quilômetros entre a capital paulista e Curitiba, no Paraná, por exemplo, custa R$ 9 em tarifas. Já para cobrir distância semelhante até Catanduva, por exemplo, é preciso desembolsar R$ 46,70″, destaca o Estadão.
COLABOROU COM BLOG DA ZN: Ana Lucia
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